terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Um drink no inferno

Depois de horas pensando sobre o tipo de roupa adequada para a ocasião, decidi usar aquele meu vestido novo, caro e inegavelmente belo. Não me interessava o que os outros estariam vestindo, eu precisava me sentir linda... e sim, eu estava linda.
Pronta para a festa. Enquanto espero, tento afastar qualquer expectativa ruim ou lembrança desastrosa daquele lugar. Bem ou mal, é noite de comemoração e não deve ser estragada por "pré-conceito" de nenhuma espécie.
Ao chegar, procuro manter o bom humor, o sorriso no rosto, a conversa agradável e a espontaneidade no olhar. Meu deus, que esforço! Enquanto danço, tento não me prender às coisas que vejo e que detesto. Eu detesto aquele lugar, o tipo de gente que circula ali, o preço que paguei para entrar, a cerveja de má qualidade, os empurrões do excesso de gente, as músicas (sempre as mesmas) que aos poucos vão impregnando meus ouvidos.
Nessa situação só há uma coisa a fazer: respirar fundo e sorrir. Converso com todos, danço bastante (pois tenho medo de desmontar caso fique parada) e sorrio ainda mais.
Meu namorado está se divertindo muito e ocupado demais para se lembrar que eu estava lá por causa dele. Loiras, "você canta muito bem", morenas, abraços, "era você cantando Elvis no palco?", marcas de batom na bochecha, beijos, elogios, "hey (dirigindo-se a mim) você não pode beijar o cantor", mais marcas de batom, "aquele dia que eu cruzei com você no parque, nossa, parecia que eu tinha visto o Kevin Bacom"...
Bom, minha paciência é bem maior do que a da maioria das mulheres que eu conheço, mas ela também tem limites. Desfaço o sorriso que já estava congelado no meu rosto, não faço mais questão de ser agradável, ao contrário, tenho vontade de gritar o quanto desprezo aquele lugar a a maioria das pessoas que estão ali (alguns poucos se salvam).
Hora do chega. Subitamente lembro que não preciso me sujeitar a isso... nunca mais! Minha cama confortável e quentinha me espera. Fim de uma noite ruim mas, felizmente, breve.

Um comentário:

Flávia disse...

Vamos jogar uma bomba neste lugar!!! Bem no dia que ele estiver cheio destas pessoas que você adora encontrar por lá!
Pena que isto não vai apagar o passado e todas as terríveis lembranças suas de lá, mas vai impedir futuras irritações. E aí, topas? Amigo é amigo, fdp é fdp! Hehehe