quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sobre o casamento

Quando você anuncia que vai se casar, um novo mundo bizarro se abre a sua frente, com estranhas crendices, dogmas, regras e conselhos... muitos conselhos. Nos últimos meses escutei um monte de coisas que eu pensava que só existia em novela da globo ou em filmes clichês. Que ilusão! Isso é a mais pura e simples 'vida real de verdade'.
Hoje tive uma demonstração exata de como o casamento mexe com o imaginário das pessoas e se tornou uma instiuição quase inquestionável. Primeiro foi com a diretora do setor de RH do meu trabalho. Fui explicar que iria mudar em emprego, mudar de cidade, contei detalhes dos meus planos profissionais, meus dilemas sobre vantagens e desvantagens relacionadas a mudança, a melhor forma de fazer etc. O tempo todo ela torceu o nariz, fez calculos e projeções comigo, chegou ensaiar dizer que talvez não fosse uma mudança interessante... até que eu citei a palavra "casamento" no meio da história. E tudo mudou. Faltou ela dizer que era um absurdo eu tentar pesar os prós e contras, afinal "você vai casar!". Confesso que saí de lá com uma sensação muito estranha. Como o fator "casamento" poderia mudar tão completamente qualquer tentativa de análise profissional? Conhecendo a postura profissional da diretora, minha única definição para a cena é a palavra 'bizarro'.
Mas o choque ainda teve uma segunda parte: a visita a uma psicóloga para iniciar uma avaliação neuropsicológica (exigência admissional). Fiz uma entrevista de quase uma hora, reviraram meu passado e presente em todos os sentidos, até que a psicóloga ouviu a palavra "casamento". Ah, a partir daí ela não ouviu mais nada. Estava claro como água, afinal, casamento é casamento! Que tristeza... Ela passou a ignorar quase tudo o que eu falava sobre qualquer dificuldade que eu passei, o difícil período de adaptação quando mudei de cidade etc. E pra melhorar, quando me perguntou sobre meus planos e perspectivas para o futuro, me interrompeu dizendo "já sei, se casar!". Bom, nessa hora eu coloquei um sorriso amarelo no rosto e concordei resignada: sim, meu plano pro futuro é me casar... Não dava pra explicar para minha colega de profissão que eu tinha muitos projetos para o futuro e que eles não se resumiam em meu casamento. Não dá pra discutir esse tipo de coisa, não dá pra argumentar.
Hoje eu descobri que a regra geral é esta: o casamento deve ser o ponto central de sua vida. Outros aspectos devem SEMPRE ser colocados em segundo plano. Todo o resto não importa. E se você achar que outras coisas na vida são tão ou mais importantes que o casamento, prepare-se para se sentir estranhamente inadequada durante a maior parte do tempo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dois meses e seis dias

Faltam dois meses e seis dias para o grande dia! Frio na barriga, cabeça cheia de idéias, empolgação em último grau, medo de algo sair errado - e vai sair porque é assim que funciona... tudo ao mesmo tempo agora. E o mais triste é que, no meio disso tudo, a frase que mais sai da minha boca é "não sei." Simplesmente EU NÃO SEI! Não sei se quero os convites assim ou assado, não sei onde vou fazer cabelo e maquiagem, não sei se alugo ou mando fazer o vestido, não sei se colocamos mais vinho tinto ou mais espumante, não sei que dia fazer o chá-de-panela e se eu quero chá-de-panela, não sei ao certo o que colocar na lista de presentes, não sei se tenho que contratar alguém para escrever os convites (isso é bizarro), não sei se prefiro às 9 ou às 8 e meia, não sei se contrato um ou dois assistentes, não sei que embalagem deve ter o bem-casado, não sei se estarei vivendo lá ou cá, não sei onde estarei trabalhando, não sei se o dinheiro dá pra isso tudo, não sei de nada!
Aff, sabe quando a coisa foge tanto ao controle que não há outra opção que não seja relaxar? É exatamente assim que as coisas estão hoje... bem relax!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Pequeno Príncipe

Durante o final de semana me lembrei do livro O Pequeno Príncipe algumas vezes. Em momentos distintos, em conversas sobre assuntos totalmente diferentes, citei cenas do livro que li há muitos anos. Apesar da forma estranha como me ocorreu a lembrança, tenho a recordação exata de estar deitada na cama lendo e minhas lágrimas escorrerem pelo rosto por horas. Esse livro me fez chorar como poucos livros foram capazes de fazer. Lembrança bizarra essa!
Não tenho dúvidas de que O Pequeno Príncipe foi um dos livros arrebatadores da minha vida. Ainda que os malfadados concursos de Misses o tenham colocado no top of top da pieguice, não consigo deixar de admitir o afeto gigantesco que tenho por essa obra. Obviamente, o pequeno morador do asteróide B612 será minha companhia de leitura nos próximos dias.
Merci Beaucoup, Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Mais

São tantas transformações em um período de tempo tão curto... em menos de um ano eu passei a amar Brasília como não me lembro de ter amado outro lugar, desenvolvi a arte de contemplar paisagens e separar completamente o trabalho e o ócio, tirando o máximo de proveito de ambos.
Nesse mesmo tempo encarei muitos desafios pessoais e venci alguns deles, adquiri disciplina para lidar com as tarefas chatas e exaustivas, aprendi a me amar como nunca havia amado antes e adquiri a confiança pessoal que tanto me fazia falta. Basta um resgate simples no tempo para notar a transformação completa no campo pessoal, na vida amorosa, no contexto familiar e profissional em um espaço de tempo que envolve meses ou, no máximo, um ano.
Hoje me sinto assim: envolvida em uma atmosfera de transformações internas e externas que me agradam muito. Transformações que me lembram o quanto a vida é dinâmica e surpreendente. Transformações que me fazem quer mais e mais e mais...