quinta-feira, 26 de março de 2009

Matando um leão por dia

São muitas as vantagens e desvantagens emocionais em se mudar de cidade. Ao que me parece, a mudança envolve uma montanha russa de emoções, ora de extrema euforia, ora de grande solidão.
Hoje posso dizer com muita propriedade que mudar de cidade faz crescer. Hoje sou uma MULHER (com letras maiúsculas e garrafais), me sinto uma mulher. Diferente da profunda sensação de infantilidade que me rondava, diferente do sentir-me adolescente que me acompanhou durante tantos anos, diferente da dependência confortável que me cercava.
Muito mais importante que a mudança geográfica, mudança de trabalho, mudança de casa... a mudança principal é aquela que ocorre dentro da gente. Não é à toa que constantemente sinto-me tomada por um misto de orgulho e medo ao enfrentar as mais diferentes situações do dia sozinha, com a cara e a coragem. E acredite, essas situações acontecem o tempo todo.
Os exemplos são muitos e podem variar desde ficar perdida em algum lugar totalmente desconhecido da cidade, quase sem combustível e não ter ninguém para pedir ajuda, ou ainda perceber, no momento em que vai pagar a conta do restaurante, que não tem nenhum centavo no bolso assim como não tem nenhum conhecido na fila, ou ainda ter que enfrentar uma rodovia movimentada, à noite, debaixo de tempestade, com os vidros do carro embaçados e saber que tem que sair sozinha dessa situação. Esse tipo de acontecimento, situações em que apenas eu posso fazer alguma coisa por mim tem acontecido quase diariamente. Ontem mesmo tive que carregar uma estante para dentro da quitinete... detalhe: usando salto 12!!! Hoje terei que enfrentar o síndico para uma conversa nem um pouco agradável, mas que ninguém poderá ter em meu lugar... e por aí vai.
Felizmente, tenho um modo de funcionar que me faz sair bem na maioria dessas situações. No momento em que as coisas estão acontecendo, minha capacidade de manter a calma e a frieza é quase indescritível. Resolvo as situações de forma pragmática e, modéstia à parte, quase sempre eficiente.
O grande problema é depois. No momento em que não estou me sentindo a mulher maravilha, independente, poderosa, emancipada, dona do meu nariz... Nessa hora sinto-me um pouco perdida. Enfrentar tigres e leões todos os dias é bom, faz crescer, faz bem pro ego. Mas quando chega o final da jornada tudo o que se quer é um afago nos cabelos e um abraço confortante!
E nessa hora, “longe de casa, há mais de uma semana...” resta-me a companhia dos vinhos vendidos em meia garrafa (um brinde ao inventor dessa maravilha, e outro brinde à Super Adega BSB que vende a maior variedade de vinhos em meia garrafa que eu já vi) e de Gregório, sempre pronto a me presentear com um afago carregado de cumplicidade, como se dissesse apenas com o olhar: eu sei... e estou com você!

Pede deferimento

Ao Exmo. Sr. Sapato,

Venho através desta solicitar, mui respeitosamente, a vigência imediata de meu direito de enfiar o pé na jaca, com toda a força e dentro dos limites de minha consciência e vontade. Como é sabido por Vossa Senhoria, o direito à liberdade é garantido pela Constituição Federal, com base nos Direitos Universais do Homem. Nota-se portanto que, por força da lei, meus pezinhos podem ser amplamente enfiados na jaca, onde e como eu quiser, desde que não fira os direitos inalienáveis de outros seres humanos.
Vale notar que a história da humanidade é plena de exemplos de grandes enfiadas de pés em várias jacas, algumas com resultados interessantes, e outras nem tanto. Não querendo entrar no mérito da conseqüência pessoal da enfiada de pé, o que se empenha em ressaltar é que há inúmeros casos registrados na história que corroboram o direito aqui defendido. Assim são muitos os precedentes que podem orientar as discussões e a concessão de tal liberdade.
Certa de que o caso será analisado com imparcialidade e justiça, pede deferimento.

Cordialmente,

Sr. Pé

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pri-ranha... minha diva!

Essa é a primeira edição do Big Brother Brasil que eu acompanho. Sei que estou um pouco atrasada, afinal, qualquer pessoa relativamente normal que em algum momento da vida tenha se interessado por esse programa, o fez quando ainda era uma novidade. Hoje o BBB está na nona edição e acredito que ninguém tenha mais saco pra ele. Mas eu tenho! Seja por causa das minhas noites solitárias ou porque este programa tem alguns elementos bem interessantes... o que importa é que eu assisto e tenho uma participante preferida: a Pri...ranha!

Simplesmente sou fã daquela mulher e não é por causa de seus atributos físicos. Aliás, se fosse por isso, provavelmente ela seria a participante que eu elegeria minha inimiga número 1. Detesto o tipo "gostosona, poposuda, vulgar", detesto mulheres que usam a bunda para aparecer por alguns segundos na TV (no caso da Priranha, é a bunda, o peito, as coxas etc)... aliás, detesto essas sub-celebridades produzidas pelo BBB.

Apesar disso tudo, se eu não tivesse mais nada de útil para fazer, pegaria um bus interestadual, chegaria no Projac em "noite de paredão" e na hora que a câmera me filmasse no alto da platéia eu gritaria: Priranha! Você é a rainha!!!

Ela é a rainha incontestável desse Big Brother simplesmente por que, acreditem, ela tem cérebro. Sim! É isso mesmo! Quebrando todos os paradigmas possíveis e imagináveis com relação a esse tipo de mulher, a Pri é a única ali que tem um mínimo de bom senso, de coerência, de argumentação inteligente... inclusive quando tem que conversar com o "borra-botas" do Bial.

Dia desses, esse sujeitinho com complexo de Jô Soares perguntou pra nossa rainha se ela tinha sido uma boa aluna na escola. Ela, obviamente, disse que não (claro! ou alguém esperava que algum participante do BBB se revelasse um gênio?). Em seguida, ele elogiou a inteligência dela, a coerência e disse que "muita coisa a gente não aprende na escola, aprende na rua". Em seguida, ele pergunta para nossa musa: "foi assim com você?" Coerentemente, Priranha Rainha responde: "aprendi muito, não na rua, na vida!" Dez a zero pra você, Pri!!!

Sim, eu me divirto com o BBB... acho que tanto quanto a Giulia Gun se diverte ao ver a decadência do cinquentão do Bial dando uma de gostoso e de pseudo intelectual na frente de milhões de brasileiros.

É a decadência da TV... mas salve a Pri-ranha, nossa rainha!

terça-feira, 17 de março de 2009

Voltei

Há tempos sentia falta de algo, mas não sabia o que era, até que... BINGO!!! Estou sentindo falta de escrever minhas bobagens no blog! Simples assim. Principalmente quando a cabeça anda a 1000 por hora, a vida anda a 1000 por hora e a vontade de me jogar no mundo anda a 1000 X 1000 por hora.
Não sei se é o efeito do álcool que corre solto no meu corpo enquanto navego solitária pela net ou se simplesmente o desejo reprimido por meses de absoluta e total preguiça... o que importa é que "eu voltei" (cantarolado como na música do Rei Roberto...).
Para tentar expressar um pouco do que quero dizer quando afirmo estar a uma velocidade absurda, vou descrever o que estou fazendo neste momento: enquanto escrevo essas linhas - conclusão bastante óbvia - ao mesmo tempo tomo uma geladíssima Stela Artoir e fumo meu cigarro "aerado", também acaricio Gregório no meu colo, estou pintando as unhas, ouvindo White Stripes e conferindo na TV se a novela acabou e se já começou o Big Brother. Só isso, por enquanto (pois só tenho duas mãos e um único cérebro - ou o que resta dele rsrsrs).
Quem me conhece um pouquinho sabe que esse misto de energia e euforia não é algo cotidiano em minha vida. Sou uma pessoa absolutamente tranquila, calma e, às vezes, até passiva demais. No entanto, hoje sinto uma imensa vontade de viver. Uma vontade de gritar para o mundo que estou viva e que posso e mereço ser feliz, sempre!

E qualquer semelhança com um transtorno bipolar é mera coincidência!