[1] Uma ansiedade danada com a viagem que vai chegar
[2] Um friozinho nos pés por causa do vento que entra pela fresta
[3] Um aconchego do Foca que tenta lamber minha mão enquanto digito
[4] A lambida é uma espécie de beijo dos cães
[5] Hi, lembrei que não retornei aquele telefonema
[6] Pequeno sentimento de culpa pelo esquecimento
[7] Já passou... amanhã ligo
[8] Uma lista de coisas a providenciar para a viagem
[9] Minha cabeça a mil por hora
[10] Vontade de ligar pras amigas e combinar um almoço amanhã
[11] Um sorriso no rosto ao ouvir a música do Seu Jorge
[12] A música se mistura com o latido do Foca na varanda
[13] O telefone toca... é a Camila
[14] Pausa pra falar com a amiga
[15] Irritação com a música do Zeca Baleiro que começa
[16] Volto a pensar em coisas a serem providenciadas
[17] Tenho que fazer uma listinha de lembrancinhas pros amigos
[18] Será que a grana vai dar pras lembracinhas?
[19] Vontade de chorar ao lembrar do meu saldo bancário
[20] Pare de pensar nisso... afinal você está quase saindo de viagem
[21] O filho do vizinho chora alto, muito alto
[22] Sinto frio, o tempo está fechando
[23] Hum, hoje é sexta-feira
[24] E amanhã é sábado
[25] Adoro final de semana!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
sábado, 19 de janeiro de 2008
Vivienne Westwood e o discurso sobre a essência
Essa semana assisti uma reportagem durante a madrugada sobre a estilista Vivienne Westwood, que criou a moda punk e revolucionou a alta costura. Atualmente ela expõe sua obra (e mais de 200 pares de sapatos criados por ela) no museu Victoria & Albert de Londres. Pra saber um pouquinho mais...
http://www2.uol.com.br/modaalmanaque/estilistas/estilistas_vivienne.htm
São várias as coisas que me chamaram a atenção nas falas dessa senhora de 63 anos, de aparência extravagante e vestuário nada convencional. Porém, o que me marcou foi um diálogo que ela teve com a neta de 10 anos. Vivienne criou um vestido ultramoderno para a neta e observou que ela não usava. Para seu desespero, a neta sempre vestia roupas muito simples e convencionais. Diante disso, a avó perguntou:
- Por que você não usa o vestido que te dei? Não gostou?
- Não é nada disso, vó. O que importa é o que você é, e não o que você veste; - observou a neta.
- E quem te disse essa bobagem???
O diálogo acaba aqui, e não é preciso dizer mais nada. Toda criança aprende na escola, com professoras muito bem intencionadas, que o importante é o que você é, e que aparência é apenas superficialidade. Lindo isso. Impossível discordar dessa afirmação que tem forte respaldo na ideologia hippie dos anos 70 (da qual fui - ? - adepta durante anos - quem me conhece há mais tempo se lembra disso). O grande problema é quando ligo a TV e vejo que a Malhação fala a mesma coisa. No folhetim das 17 horas, a mocinha é uma pobre filha da faxineira e repete o tempo todo que importante é a dignidade, os sonhos, o esforço pessoal, o talento, enfim, o que importa é o que você é e não as roupas de marca das colegas do Colégio Múltipla Escolha. Aliás, discurso idêntico ao das outras novelas de todas as outras emissoras.
Peraí. Pára tudo. O que é isso? Esse discurso lindo me parece redondo demais, convincente demais, conveniente demais... e se é conveniente, é conveniente a alguém. Por trás de todo discurso bonitinho transmitido pela mídia e pela educação tradicional está uma ideologia e essa ideologia é a da classe dominante, nunca da subalterna. Todo esse discurso repetido com veemência e de aparência incontestável (afinal, alguém duvida que o importante é a essência?) tem uma finalidade última: manter o status quo. Manter as coisas como são. Manter a imobilidade social e o controle sobre os que não detêm o poder (dentre eles, a pessoa que vos escreve). Bom, qualquer um que goste um pouco de sociologia ou tenha leitura da obra de Marx já ouviu falar algo nesse sentido.
Assim, a Malhação diz para a filha da faxineira que ela não precisa invejar ou desejar a calça de marca, pois ela é importante sendo do jeito que é. E a escola diz para os alunos que eles não precisam de lancheiras Hello Kit, nem de videogame PlayStation II. O importante é ser digno, honesto, estudioso, trabalhador (O trabalho enobrece o homem, lembra?). O resto é futilidade...
Minha cabeça dá um nó. Não discordo de nada disso, mas alguém pode me explicar por que no mundo real é o exato oposto? Na prática não importa o quanto você estude, quantos livros você leu, quão honesto e leal você é. Na prática, no dia a dia, o mundo só olha a casca.
Então, será que dá pra falar que a madame Vivienne está errada?
http://www2.uol.com.br/modaalmanaque/estilistas/estilistas_vivienne.htm
São várias as coisas que me chamaram a atenção nas falas dessa senhora de 63 anos, de aparência extravagante e vestuário nada convencional. Porém, o que me marcou foi um diálogo que ela teve com a neta de 10 anos. Vivienne criou um vestido ultramoderno para a neta e observou que ela não usava. Para seu desespero, a neta sempre vestia roupas muito simples e convencionais. Diante disso, a avó perguntou:
- Por que você não usa o vestido que te dei? Não gostou?
- Não é nada disso, vó. O que importa é o que você é, e não o que você veste; - observou a neta.
- E quem te disse essa bobagem???
O diálogo acaba aqui, e não é preciso dizer mais nada. Toda criança aprende na escola, com professoras muito bem intencionadas, que o importante é o que você é, e que aparência é apenas superficialidade. Lindo isso. Impossível discordar dessa afirmação que tem forte respaldo na ideologia hippie dos anos 70 (da qual fui - ? - adepta durante anos - quem me conhece há mais tempo se lembra disso). O grande problema é quando ligo a TV e vejo que a Malhação fala a mesma coisa. No folhetim das 17 horas, a mocinha é uma pobre filha da faxineira e repete o tempo todo que importante é a dignidade, os sonhos, o esforço pessoal, o talento, enfim, o que importa é o que você é e não as roupas de marca das colegas do Colégio Múltipla Escolha. Aliás, discurso idêntico ao das outras novelas de todas as outras emissoras.
Peraí. Pára tudo. O que é isso? Esse discurso lindo me parece redondo demais, convincente demais, conveniente demais... e se é conveniente, é conveniente a alguém. Por trás de todo discurso bonitinho transmitido pela mídia e pela educação tradicional está uma ideologia e essa ideologia é a da classe dominante, nunca da subalterna. Todo esse discurso repetido com veemência e de aparência incontestável (afinal, alguém duvida que o importante é a essência?) tem uma finalidade última: manter o status quo. Manter as coisas como são. Manter a imobilidade social e o controle sobre os que não detêm o poder (dentre eles, a pessoa que vos escreve). Bom, qualquer um que goste um pouco de sociologia ou tenha leitura da obra de Marx já ouviu falar algo nesse sentido.
Assim, a Malhação diz para a filha da faxineira que ela não precisa invejar ou desejar a calça de marca, pois ela é importante sendo do jeito que é. E a escola diz para os alunos que eles não precisam de lancheiras Hello Kit, nem de videogame PlayStation II. O importante é ser digno, honesto, estudioso, trabalhador (O trabalho enobrece o homem, lembra?). O resto é futilidade...
Minha cabeça dá um nó. Não discordo de nada disso, mas alguém pode me explicar por que no mundo real é o exato oposto? Na prática não importa o quanto você estude, quantos livros você leu, quão honesto e leal você é. Na prática, no dia a dia, o mundo só olha a casca.
Então, será que dá pra falar que a madame Vivienne está errada?
domingo, 13 de janeiro de 2008
A filha do Griladão
Certas coisas só acontecem no Jardim América. Este bairro tem muitas peculiaridades e guarda histórias bem interessantes. Seus moradores (em sua maioria) ignoram o fato de este ser um dos maiores bairros da capital e conservam hábitos típicos das cidades de interior ou das antigas vilas. Aqui as pessoas ainda sentam nas calçadas e ficam batendo papo com os vizinhos, todos andam nas ruas e ignoram a existência de calçadas, obrigando os carros a desviarem das pessoas, têm tempo para conversar sobre a vida alheia e todo mundo conhece todo mundo. Andar a pé nessa região é sempre um convite ao espanto ou a minutos de boas risadas. Aqui, caminhar até a agência de correios que fica a 300 metros é ter a certeza de ser interrompida por alguma velha senhora que pergunta se sou filha de fulano ou se conheço siclano, afinal, "você é a cara dela"; ter que acenar para o frentista do posto de gasolina que dá tchau do outro lado da rua; ou ainda escutar do atendente da lanchonete (com quem eu NUNCA conversei mais do que "bom dia" e "obrigada") que faz tempo que ele não me vê passando por ali, será que eu mudei meu horário de trabalho, etc...
Já estou acostumada com esses acontecimentos, mas a vida no Jardim América é uma caixinha de surpresas, se é que posso plagiar aquele comediante. Ontem fui até a mercearia (coisa típica do Jardim América) para comprar mussarela. Ao passar no caixa pedi para anotar a compra (comprar fiado é uma das várias características interioranas ainda presentes por aqui):
- Você anota por favor na conta do... (não terminei de falar e fui interrompida pelo caixa, que eu nunca havia visto antes, ou pelo menos não me lembro...)
- Você é filha do professor, né? O griladão.
- Ãh, como? (e comecei a rir...) Griladão?
- O professor, o griladão. Ele é um cara muito griladão. Ele chega aqui sempre grilado, de cara feia, reclama com todo mundo, griladão. (Enquanto isso, o dono da mercearia olha com cara de poucos amigos para o atendente que, certamente, vai ouvir uma grande bronca ou ficar sem seu valioso emprego).
- Ah, sou eu sim, a filha do griladão. Você anota, por favor?
Já estou acostumada com esses acontecimentos, mas a vida no Jardim América é uma caixinha de surpresas, se é que posso plagiar aquele comediante. Ontem fui até a mercearia (coisa típica do Jardim América) para comprar mussarela. Ao passar no caixa pedi para anotar a compra (comprar fiado é uma das várias características interioranas ainda presentes por aqui):
- Você anota por favor na conta do... (não terminei de falar e fui interrompida pelo caixa, que eu nunca havia visto antes, ou pelo menos não me lembro...)
- Você é filha do professor, né? O griladão.
- Ãh, como? (e comecei a rir...) Griladão?
- O professor, o griladão. Ele é um cara muito griladão. Ele chega aqui sempre grilado, de cara feia, reclama com todo mundo, griladão. (Enquanto isso, o dono da mercearia olha com cara de poucos amigos para o atendente que, certamente, vai ouvir uma grande bronca ou ficar sem seu valioso emprego).
- Ah, sou eu sim, a filha do griladão. Você anota, por favor?
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Receita de Ano Novo
Encontrei estes versos e não resisti em postá-los, mesmo atrasado...
*****
Receita de Ano Novo (Carlos Drummond de Andrade)
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
*****
Receita de Ano Novo (Carlos Drummond de Andrade)
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano não apenas pintado de novo,
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Quem dá mais?
Estou ficando louca ou o grupo que mais cresce no Brasil é a gangue dos concurseiros? Muito mais que emos, punks, traficantes, nerds, prostitutas ou homossexuais, os concurseiros estão ocupando todos os cantos do país, cada esquina da cidade. Basta espirrar e você encontra com um.
Passar em um concurso e ser funcionário público virou objetivo de vida de muita gente e, desse jeito, devorar apostilas virou uma espécie de profissão, uma ocupação em período integral que ganha cada vez mais adeptos. E não estou falando de qualquer tipo de adepto. Estou falando de pessoas inteligentes, com bom nível sócio-econômico e boa formação cultural, que já viajaram algumas vezes para a Europa, que possuem graduações e pós-graduações (no plural!!!) e que hoje se rendem a aulas de direito administrativo e raciocínio lógico-matemático em cursinhos abarrotados de alunos. Mais um retrato triste de um país que não valoriza os profissionais que têm, que só se preocupa com bolsa-miséria, bolsa-fome, mas que corta todas (eu disse TODAS) as bolsas de doutorado pleno no exterior... É revoltante essa situação. Socorro! Pára o mundo que eu quero descer!
A pergunta é: o que eu faço com tudo o que eu aprendi em anos de estudo e que hoje ninguém valoriza? O que eu faço com essa estante cheia de livros de psicologia que fui comprando ao longo de todo esse período? Vendo no sebo? E mando com eles os resquícios de dignidade profissional que ainda me restam... peraí... me restavam...
Eu me rendo. Vou vender tudo e dar espaço a apostilas enfadonhas, repetitivas e cheias de erros gramaticais. Quem dá mais? Alguém se interessa por livros sobre exclusão social, violência, adolescência, representações sociais, metodologia de pesquisa e temas afins? Vou vender tudo e pagar minha anuidade no CRP... ops, sorry, para ser concurseiro não é preciso CRP... Tudo bem, vou vender tudo e usar pra pagar um bom dízimo em uma igreja evangélica de qualidade, que me prometa fartura e felicidade. De preferência alguma com uma sede majestosa, um templo gigantesco de oração e luz... Acho que vou aproveitar e vender minha alma também... se bem que, com tanta blasfêmia, talvez não valha muita coisa... Enfim, quem dá mais?
Passar em um concurso e ser funcionário público virou objetivo de vida de muita gente e, desse jeito, devorar apostilas virou uma espécie de profissão, uma ocupação em período integral que ganha cada vez mais adeptos. E não estou falando de qualquer tipo de adepto. Estou falando de pessoas inteligentes, com bom nível sócio-econômico e boa formação cultural, que já viajaram algumas vezes para a Europa, que possuem graduações e pós-graduações (no plural!!!) e que hoje se rendem a aulas de direito administrativo e raciocínio lógico-matemático em cursinhos abarrotados de alunos. Mais um retrato triste de um país que não valoriza os profissionais que têm, que só se preocupa com bolsa-miséria, bolsa-fome, mas que corta todas (eu disse TODAS) as bolsas de doutorado pleno no exterior... É revoltante essa situação. Socorro! Pára o mundo que eu quero descer!
A pergunta é: o que eu faço com tudo o que eu aprendi em anos de estudo e que hoje ninguém valoriza? O que eu faço com essa estante cheia de livros de psicologia que fui comprando ao longo de todo esse período? Vendo no sebo? E mando com eles os resquícios de dignidade profissional que ainda me restam... peraí... me restavam...
Eu me rendo. Vou vender tudo e dar espaço a apostilas enfadonhas, repetitivas e cheias de erros gramaticais. Quem dá mais? Alguém se interessa por livros sobre exclusão social, violência, adolescência, representações sociais, metodologia de pesquisa e temas afins? Vou vender tudo e pagar minha anuidade no CRP... ops, sorry, para ser concurseiro não é preciso CRP... Tudo bem, vou vender tudo e usar pra pagar um bom dízimo em uma igreja evangélica de qualidade, que me prometa fartura e felicidade. De preferência alguma com uma sede majestosa, um templo gigantesco de oração e luz... Acho que vou aproveitar e vender minha alma também... se bem que, com tanta blasfêmia, talvez não valha muita coisa... Enfim, quem dá mais?
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Outras coisas que eu odeio e 1 que eu adoro
Eu odeio "tunadores" de carros.
Eu odeio receber multa por algo que eu desconhecia.
Eu odeio gente folgada e desrespeitosa.
E eu adoro as cachoeiras de Piri...
Eu odeio receber multa por algo que eu desconhecia.
Eu odeio gente folgada e desrespeitosa.
E eu adoro as cachoeiras de Piri...
...
O que fazer com sentimentos e lembranças de algo que já aconteceu e sobre o qual não tenho qualquer controle?
Sempre que me lembro daquela noite sinto um misto de rancor, raiva e vergonha. É uma sensação desconcertante que invade meu corpo tornando meus pensamentos confusos e traiçoeiros. Gostaria de poder mudar o que aconteceu. Gostaria de poder mudar meus comportamentos, de ter agido de forma diferente. Por que eu não gritei, fiz um escândalo ou simplesmente fui embora? Odeio minha calma, meu excesso de racionalidade, minha excessiva capacidade de controle emocional. Como eu gostaria de ter perdido o controle!!!
Agora está tudo resolvido: todos os pedidos de desculpa e perdão foram feitos, todos os pontos dos "is" foram colocados, detalhes esclarecidos, lágrimas foram derramadas e promessas foram feitas. Está tudo resolvido, então, por que eu ainda sinto essa raiva tão grande e esse aperto no peito? O que eu faço com esses sentimentos?
Sempre que me lembro daquela noite sinto um misto de rancor, raiva e vergonha. É uma sensação desconcertante que invade meu corpo tornando meus pensamentos confusos e traiçoeiros. Gostaria de poder mudar o que aconteceu. Gostaria de poder mudar meus comportamentos, de ter agido de forma diferente. Por que eu não gritei, fiz um escândalo ou simplesmente fui embora? Odeio minha calma, meu excesso de racionalidade, minha excessiva capacidade de controle emocional. Como eu gostaria de ter perdido o controle!!!
Agora está tudo resolvido: todos os pedidos de desculpa e perdão foram feitos, todos os pontos dos "is" foram colocados, detalhes esclarecidos, lágrimas foram derramadas e promessas foram feitas. Está tudo resolvido, então, por que eu ainda sinto essa raiva tão grande e esse aperto no peito? O que eu faço com esses sentimentos?
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Férias e show de horrores
Mais um dia típico de férias: dormir até mais tarde, ficar algumas horas no computador, ler algumas páginas daquele livro que eu comecei há algum tempo e que espera ser terminado, pegar muitos filmes e seriados na locadora, caminhada até o banco pra comprovar minha já comprovada falta de grana... mais um dia típico de férias.
****
Ainda tento digerir os últimos fatos. Não sou do tipo que guarda rancor por muito tempo, mas desta vez está demorando um pouco a passar. Toda vez que me lembro daquela noite fatídica me sobe uma raiva gigantesca, uma vontade de gritar, um ódio capaz de assustar todos aqueles acostumados com minha calma e paciência. Mas a palavra é essa: ódio, raiva... nada menos que isso.
Se alguém souber a solução para isso, por favor me dia...
****
Minha irmã diz que eu desaprendi a ficar de férias. Ela está certíssima. Essa falta do que fazer, essa falta de objetividade me deixa com os nervos a flor da pele. Tenho a impressão que não faço nada o dia inteiro, e essa é uma sensação muito, muito estranha. Eu que sempre disse que um dia com 24 horas era muito curto para fazer tudo o que eu deveria fazer, tenho achado 24 horas tempo demais. E hoje é dia 3 de janeiro, ainda tenho quase 2 meses de férias.
****
Hahaha... neste momento toca Identificação do Autoramas... coincidência, heim?
****
Ainda tento digerir os últimos fatos. Não sou do tipo que guarda rancor por muito tempo, mas desta vez está demorando um pouco a passar. Toda vez que me lembro daquela noite fatídica me sobe uma raiva gigantesca, uma vontade de gritar, um ódio capaz de assustar todos aqueles acostumados com minha calma e paciência. Mas a palavra é essa: ódio, raiva... nada menos que isso.
Se alguém souber a solução para isso, por favor me dia...
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Minha irmã diz que eu desaprendi a ficar de férias. Ela está certíssima. Essa falta do que fazer, essa falta de objetividade me deixa com os nervos a flor da pele. Tenho a impressão que não faço nada o dia inteiro, e essa é uma sensação muito, muito estranha. Eu que sempre disse que um dia com 24 horas era muito curto para fazer tudo o que eu deveria fazer, tenho achado 24 horas tempo demais. E hoje é dia 3 de janeiro, ainda tenho quase 2 meses de férias.
****
Hahaha... neste momento toca Identificação do Autoramas... coincidência, heim?
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
Um drink no inferno
Depois de horas pensando sobre o tipo de roupa adequada para a ocasião, decidi usar aquele meu vestido novo, caro e inegavelmente belo. Não me interessava o que os outros estariam vestindo, eu precisava me sentir linda... e sim, eu estava linda.
Pronta para a festa. Enquanto espero, tento afastar qualquer expectativa ruim ou lembrança desastrosa daquele lugar. Bem ou mal, é noite de comemoração e não deve ser estragada por "pré-conceito" de nenhuma espécie.
Ao chegar, procuro manter o bom humor, o sorriso no rosto, a conversa agradável e a espontaneidade no olhar. Meu deus, que esforço! Enquanto danço, tento não me prender às coisas que vejo e que detesto. Eu detesto aquele lugar, o tipo de gente que circula ali, o preço que paguei para entrar, a cerveja de má qualidade, os empurrões do excesso de gente, as músicas (sempre as mesmas) que aos poucos vão impregnando meus ouvidos.
Nessa situação só há uma coisa a fazer: respirar fundo e sorrir. Converso com todos, danço bastante (pois tenho medo de desmontar caso fique parada) e sorrio ainda mais.
Meu namorado está se divertindo muito e ocupado demais para se lembrar que eu estava lá por causa dele. Loiras, "você canta muito bem", morenas, abraços, "era você cantando Elvis no palco?", marcas de batom na bochecha, beijos, elogios, "hey (dirigindo-se a mim) você não pode beijar o cantor", mais marcas de batom, "aquele dia que eu cruzei com você no parque, nossa, parecia que eu tinha visto o Kevin Bacom"...
Bom, minha paciência é bem maior do que a da maioria das mulheres que eu conheço, mas ela também tem limites. Desfaço o sorriso que já estava congelado no meu rosto, não faço mais questão de ser agradável, ao contrário, tenho vontade de gritar o quanto desprezo aquele lugar a a maioria das pessoas que estão ali (alguns poucos se salvam).
Hora do chega. Subitamente lembro que não preciso me sujeitar a isso... nunca mais! Minha cama confortável e quentinha me espera. Fim de uma noite ruim mas, felizmente, breve.
Pronta para a festa. Enquanto espero, tento afastar qualquer expectativa ruim ou lembrança desastrosa daquele lugar. Bem ou mal, é noite de comemoração e não deve ser estragada por "pré-conceito" de nenhuma espécie.
Ao chegar, procuro manter o bom humor, o sorriso no rosto, a conversa agradável e a espontaneidade no olhar. Meu deus, que esforço! Enquanto danço, tento não me prender às coisas que vejo e que detesto. Eu detesto aquele lugar, o tipo de gente que circula ali, o preço que paguei para entrar, a cerveja de má qualidade, os empurrões do excesso de gente, as músicas (sempre as mesmas) que aos poucos vão impregnando meus ouvidos.
Nessa situação só há uma coisa a fazer: respirar fundo e sorrir. Converso com todos, danço bastante (pois tenho medo de desmontar caso fique parada) e sorrio ainda mais.
Meu namorado está se divertindo muito e ocupado demais para se lembrar que eu estava lá por causa dele. Loiras, "você canta muito bem", morenas, abraços, "era você cantando Elvis no palco?", marcas de batom na bochecha, beijos, elogios, "hey (dirigindo-se a mim) você não pode beijar o cantor", mais marcas de batom, "aquele dia que eu cruzei com você no parque, nossa, parecia que eu tinha visto o Kevin Bacom"...
Bom, minha paciência é bem maior do que a da maioria das mulheres que eu conheço, mas ela também tem limites. Desfaço o sorriso que já estava congelado no meu rosto, não faço mais questão de ser agradável, ao contrário, tenho vontade de gritar o quanto desprezo aquele lugar a a maioria das pessoas que estão ali (alguns poucos se salvam).
Hora do chega. Subitamente lembro que não preciso me sujeitar a isso... nunca mais! Minha cama confortável e quentinha me espera. Fim de uma noite ruim mas, felizmente, breve.
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