segunda-feira, 13 de novembro de 2006
...não é mesmo, Bebê?
Nos encontramos quase todos os dias, em algum momento do intervalo das aulas, na sala dos professores ou em algum corredor da faculdade. Não adianta fugir. Semanalmente isso vai acontecer. Ao vê-lo penso novamente: seja paciente e educada, como sua mãe lhe ensinou. Então respiro fundo e o cumprimento com o mesmo Bom dia! cordial e amigo de sempre. Então me preparo para ouvir pelo menos 15 minutos de brincadeirinhas sobre a psicologia, sobre os psicólogos, sempre intercalados com dizeres do tipo: não é mesmo, xuxu? Ninguém merece!!! Já elaborei todos os tipos de hipóteses que considero minimamente plausíveis. Inicialmente pensei o mais simples: ele não sabe meu nome e, querendo ser agradável com a colega de trabalho novata, puxa conversas descabidas e utiliza nomenclaturas no minimo estranhíssimas (Xuxu, Bebê, Mocinha... por aí vai). Bom, considerando que ele é um professor universitário que vestiu uma camiseta da banda(?) Rebeldes em um dia de show na cidade, tudo é possível, acredite!!! Depois, com a insistência em referir-se a mim como Bebê, concluí que a situação não era tão simples assim: certamente ele quer me ofender. Na verdade, essa postura não me surpreende nem um pouco. Várias vezes fui sutilmente ofendida, diminuida ou discriminada em meu ambiente de trabalho por (aparentar!) ser bem mais jovem que os outros professores. Brincadeiras sutis que já ouvi várias em sala de aula, vindas principalmente de alunos homens que não aceitam que uma mulher, bonita, inteligente e mais jovem que eles possam ensina-los algo. Lidar com esta situação em sala de aula é bem mais simples, lá eu tenho autoridade. Agora, lidar com essa situação estando entre colegas de trabalho é bem mais complicado. Minha fórmula: resolvi ignorar, soltar sorrisos amarelos e fazer cara de quem não está entendendo nada e assim, simplesmente me esquivar. Tudo estava dando certo, tudo estava razoavelmente bem até a tarde de hoje quando o referido colega me pára e convida-me pra sair. Ufa, era isso! Problema resolvido... agora o colega saberá que meu coraçãozinho já tem dono e finalmente meus ouvidos não escutarão mais ninguém me chamando de "Bebê"...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário