quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Sobre a tristeza

Uma tristeza imensa que me consome e me domina. Não há motivo aparente. Não há um agente responsável. Não há um evento precipitador. Há apenas meu olhar triste para o mundo, para as pessoas, para o futuro.
A tristeza é sem dúvida um problema e um transtorno. Não pra mim, que hoje sou consumida por ela. Eu posso me esconder debaixo de um cobertor, fechar os olhos e ali ficar por algumas horas. Posso dizer que sinto uma grande dor de cabeça, essa é a fórmula ideal, e assim poderei ficar sozinha imersa em mim mesma.
Mas a tristeza acaba se tornando um grande problema... para as pessoas que a gente gosta. É impossivel disfarçar uma tristeza genuína. É impossível fingir que não se sente, quando essa é a úica coisa que se sente. E como dar uma explicação sobre essa tristeza gigantesca que sinto? Não tem explicação. Acreditem, esse é o grande problema em estar triste: a cobrança do mundo para que você fique bem! Tolerar a própria tristeza é fácil, difícil é tolerar a tristeza dos outros, de quem a gente gosta.
Nesse momento estou sozinha e estou triste. Mais tarde, perto de olhares observadores por todos os lados (eu trabalho ou estou com pessoas o tempo todo!) essa tristeza terá que se recolher ainda mais. Não há espaço pra ela. Não há espaço para sentimentos genuínos. Há espaço apenas para as aparências... e que esta seja agradável aos olhos de todos.

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