quinta-feira, 24 de julho de 2008

4 filmes por dia

No início do semestre li um livro cujo título era "Um livro por dia". Devo admitir que comprei o livro e me interessei por causa do título. A idéia de vivenciar a experiência de ler um livro por dia me encantou. Expectativas à parte, o livro é bem interessante, conta a história de um cara que morou 6 meses na livraria Shakespeare and Company em Paris, mas que (ao menos me parece) não leu um livro por dia!
Ontem passei por uma experiência que posso chamar de "Quatro filmes por dia". Parece que estou levando a sério a idéia de fazer de minhas férias um momento de muitos, muitos filmes. Assisti aos filmes quase na seqüência e o prazer envolvido nessa atividade foi tamanho que em breve devo repeti-la.
O primeiro filme foi "Quando Nietzsche Chorou". Sim, existe um filme sobre esse livro e é uma bela porcaria. As interpretações de Lou Salomé, de Anna O. e de Freud são risíveis, já o Breuer e o próprio Nietzsche estão legais... mas o filme é ruim, acredite. Tudo no filme parece coisa de principiante, do figurino às interpretações. O que salva é o roteiro, que é bom pela própria natureza do filme. Resumindo: não assista!
Depois dessa experiência quase traumática, resolvi salvar minha sessão cinema e assistir "A Ponte". Trata-se de um documentário sobre os suicídios na Golden Gate Bridge. É bem interessante. Eles filmaram a ponte a partir de diversos pontos durante um ano inteiro... consequentemente, eles filmaram o suicídio de diversas pessoas. Então eles conversam com familiares, com amigos, com pessoas que passavam na hora, com um sujeito que sobreviveu à queda (um dos moleques mais fudidos na vida que eu já vi... e o cara ainda sobreviveu!). Não é filme pra qualquer um, mas eu confesso que adorei. Meu lado depressivo (minha maior parte, aliás) adora esse tipo de filme. Mostra que sempre tem alguém mais fudido que você.
Dei um tempo depois do filme, fui comer e resolver pendências afetivas... Em seguida, revi "Encontros e Desencontros"... que lindo! Havia muito tempo que eu tinha assistido ao filme, mais especificamente no lancamento no cinema em 2004. Bill Morray está impagável e sua relação com a Scarlett Johansson é cheia de ternura e cumplicidade. Ao que parece, eles conseguem compreender o vazio da vida um do outro, que ecoa na agitação e nos excessos de Tókio. Vale a pena rever.
Para fechar a noite (ou melhor, a madrugada) nada melhor que um filme leve. A escolha por "Across the Universe" foi acertada. Acho que um dos únicos musicais que eu realmente gostei. Excelentes atores em interpretações perfeitas das músicas dos Beatles. Confesso que perdi os últimos 10 minutos do filme por causa do meu elevado teor etílico. Alta madrugada, quadro filmes, muito vinho... resultado: cochilei no sofá. Como esse é um filme que eu assiti há pouco tempo e ontem foi uma reprise, minha sonolência está devidamente perdoada... :)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Belle and Sebastian

Get me away from here I'm dying
Play me a song to set me free
...
...
At the final moment, I cried
I always cry at endings


quarta-feira, 16 de julho de 2008

A ficha continua caindo

E eu só quero dizer que isso dói... muito.

domingo, 13 de julho de 2008

A ficha caiu

De repente a ficha cai... e finalmente você entende que não tem nenhum direito de querer controlar a vida do outro. Essa pressão, esse forçar a barra, esse excesso de exigências e necessidade de provas de amor... nada disso leva a nada. Nada disso tem valor. Nada disso faz a menor diferença.
A ficha caiu e agora o que surge é uma vergonha gigantesca. Uma vontade de sair correndo e me esconder. Uma vontade de voltar no tempo e apagar cada uma daquelas palavras duras que disse sem a menor necessidade. As palavras cujo objetivo principal era ferir.
A ficha caiu e não há como voltar no tempo. A única possibilidade é tentar ser um pouco mais coerrente e menos impulsiva. Ser um pouco mais sensata, um pouco mais madura. O comportamento infantil que tomou conta de mim nos últimos 2 meses deve ficar no passado. Não há nenhum motivo para me orgulhar. Chega de agir como uma criança mimada que dá uma birra cada vez que quer um brinquedo novo. A temporada do espetáculo acabou... e espero que o tempo de duração não tenha causado danos irreversíveis.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Idiotização do mundo

Ontem assistia ao Programa do Jô, quando entrevistaram a filósofa Marcia Tiburi, a autora de "Filosofia em Comum - para ler junto". O livro tem uma idéia bem legal (inclusive, acabou de entrar na minha lista de próximos livros), uma nova forma de entender e praticar a filosofia etc. mas o que me chamou a atenção não foi exatamente isso. O que me prendeu em frente a tv aquelas horas da noite de uma segunda-feira foi a própria personalidade da autora e as coisas que ela falava. Dentre vários pontos interessantes, ela disse algo que há muito converso com as pessoas: o mundo está sofrendo um processo de idiotização. As pessoas estão se tornando cada vez mais idiotas e isso tem sido considerado algo comum, normal. Existe uma preguiça generalizada de pensar sobre a vida ou sobre qualquer coisa que ultrapasse uma conversa fiada ou fofoca sobre vizinhos. Ler virou sinônimo de perder tempo. Se você estuda, dá importância para o que o professor fala, você é chamado de CDF, de idiota, de puxa-saco, pelo simples fato de prestar atenção em uma aula, ou fazer uma pergunta que fuja de algo totalmente óbvio (sei disso porque sou professora UNIVERSITÁRIA e neste ambiente esse tipo de comportamento acontece com mais freqüência do que qualquer um gostaria de imaginar). E o pior é que a imensa maioria das pessoas parece não se importar, como se isso fosse assim mesmo... Lembro-me bem que há pouco tempo eu condenava meu namorado quando ele dizia que "apenas 10% das pessoas no mundo valem a pena conhecer, o restante é total perda de tempo". Eu já cheguei a achar essa frase um absurdo. Porém, no ritmo que as coisas vão, ela está se tornando uma regra de convivência. No programa que assisti só (?) foi debatido a "idiotização do mundo", mas creio que a discussão tiraria o sono de qualquer um se fosse extendida também à questão dos valores sociais e das regras de convivência. Esse aspecto é o que mais tem me espantado. Todos os dias chegam aos meus ouvidos histórias de pessoas que enganam, mentem, sacaneiam, maltratam e ferem ao mesmo tempo que juram amor eterno. E o pior, não existe culpa ou remorso. É algo normal, como se fosse tudo bem sacanear os outros. É traição, mentira, roubo, furto, um cheque sem fundo, um golpe em um desconhecido, não devolver um troco que veio a mais. Basta encontrar uma desculpa qualquer e pronto, é como se estivesse tudo bem. Podem me chamar de "Poliana" se quiserem, mas não consigo me acostumar, continuo me chocando com essas pessoas e, aos poucos, perdendo a esperança na humanidade. É a idiotização e a falta de ética dos nossos tempos. Eu só tenho uma certeza: nunca vou me juntar a eles...